sexta-feira, dezembro 16, 2011

O NATAL E A UNIÃO HIPOSTÁTICA DE JESUS

Jesus é o Senhor era o tema dos cristãos primitivos. Era a confissão de fé dos primeiros seguidores do cristianismo. O senhorio de Jesus era fato, real e aceitável. A partir dos primeiros séculos surgiram as controvérsias sobre a pessoa de Jesus. Além de sofrer com várias perseguições, eis que o cristianismo se depara com algumas situações internas quanto aos ensinos. O próprio ensino de Jesus não havia sido elaborado de forma sistemática e então começa a cristalização da Teologia Cristã. Era tempo de compreender mais e melhor o advento do Messias e então surgem as discussões teológicas em torno da pessoa de Jesus e a compreensão daquele que já contava com milhares de seguidores.


O que significa a expressão Filho de Deus e Filho do Homem? E como compreender a sua natureza? Divino ou humano ou divino e humano? Sempre divino e sempre humano ou sempre divino e nunca humano ou ainda sempre humano e nunca divino? Somente humano com influência divina? Esses e tantos outros questionamentos, dúvidas e indagações faziam parte da reflexão daqueles que agora precisavam dar uma resposta a um povo cada dia mais crescente.


As controvérsias teológicas borbulhavam na mente dos mais pensantes e a partir daí debates empolgaram filósofos e teólogos. Os chamados pais da Igreja buscavam respostas que pudessem ser plausíveis ao coração e à mente. Vários concílios foram realizados com o intuito de elaborar conclusões sobre a natureza de Jesus. E então surgem várias possibilidades e respostas.


Arianismo foi a posição teológica sustentado pelos seguidores de Arios, bispo de Alexandria. Esse negava a consubstancialidade entre Jesus e Deus. Entendia que Jesus fora criado. Era uma criatura. Jesus não é Deus, dizia.


Docetismo ( da palavra grega DOKEO, que significa parecer). Foi o ensino que dizia que o corpo de Cristo era uma ilusão.


Apolinarismo (Apolinário de Antioquia) foi outro ensino que dizia que Jesus tinha um corpo humano e uma mente divina.


O Ebionismo (provavelmente o grupo teria esse nome por causa do seu fundador Ebion) Apresentava Jesus como um profeta, nascido de José e Maria e que teria se tornado Cristo a partir de seu batismo.


Essas e tantas outras idéias surgiram sempre com a intenção de encontrar uma resposta para algo que inquietava a mente humana, a natureza de Jesus. Quando que Jesus era Deus e quando que Jesus era homem? Como afirmar uma sem enfraquecer a outra? A teologia responde então essa questão utilizando a expressão União Hipostática (termo grego que significa pessoa) para descrever Jesus como sendo 100% Deus e 100% homem. As duas naturezas são inseparáveis. As duas naturezas não se misturam, mas se unem sem perderem suas identidades em uma só pessoa. A doutrina da União Hipostática é a tentativa que se faz para a mente humana entender o que na verdade não pode de modo pleno ser entendido. Como o humano pode entender o divino. Somo incapazes de entender totalmente. É o milagre do nascimento de Jesus. É o milagre da encarnação do Verbo. É o milagre da plenitude dos tempos. É o milagre do Deus conosco, é o milagre da graça. É o milagre do Natal. (João 1:1). Jesus é, portanto divino-humano. É a união de duas naturezas em uma só pessoa.


Entender esse aspecto da Cristologia é ter uma visão diferenciada do Natal. Sem o entendimento da natureza de Cristo o Natal se torna oco, vazio, pagão e transitório. Com Jesus, divino-humano o Natal se torna operoso e milagroso. O natal pode ser tornar incompreensível para a razão humana desprovida da graça porque esse tipo de razão é distanciamento do Criador que derrama graça, que comunica graça ( Sem fé é impossível agradar a Deus- Hebreus 11:6). O Jesus divino-humano revela-nos um Natal de esperança. Deus veio até nós. É o Emanuel (Deus conosco). A esperança é desejável, imprescindível para a vida humana. O que seria de nós se não houvesse esperança. Esperar é perseguir o melhor, é buscar de forma intensa o Supremo. Natal, com o entendimento da teantropia é o ressurgir da esperança que Cristo veio trazer. Esse é o Natal mais do que das oportunidades, mas o natal da grande oportunidade. O que parecia impossível para o homem, encontrar Deus, se tornou possível porque Deus nos encontrou primeiro. Bendito Natal!


Celebre o Natal porque a União Hipostática em Jesus faz do Natal a grande oportunidade de vida e salvação, perdão e alegria, esperança e vida eterna!

Um comentário:

  1. Pastor Hudson, parabéns pelo POST e pelo BLOG.
    Há algum email ou telefone para contatar o pastor?
    Sou seminarista e por questões acadêmicas busco artigos e matérias pertinentes a temática da celebração do natal, contudo para que eu posso utilizá-los como fonte de consulta e referência, preciso citar onde (fora da internet) foram publicados ou impressos, mesmo que sejam em boletins internos da Igreja.
    Gostaria de poder contar com o vosso auxílio.
    Paz
    Ney Bellas (neybellas@gmail.com)

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