VOCAÇÃO E CONSAGRAÇÃO
Quero
compartilhar algumas questões para reflexão sobre vocação e sobre consagração
ao Ministério da Palavra de Deus. Alguns desses aplico em meu ministério.
1. É
muito agradável saber que a nossa região está muito bem servida de pessoas que
estão sendo chamadas para o Ministério. Jesus ensinou que a Seara é grande é
são poucos os ceifeiros e deveria rogar ao Senhor da Seara.
Uma
ênfase que sempre dou em ministério é a vocação ministerial. Graças a Deus com
isso. Hoje são três seminaristas de Teologia.
2. Os
nossos seminaristas são acompanhados. Além do estágio do currículo do
Seminário, eles têm o compromisso de preencherem mensalmente o estágio
supervisionado pela Igreja. Temos reuniões e são tratados como pérolas do
Senhor. Ajudados espiritualmente, academicamente e financeiramente.
3. É
preciso que a Igreja, o pastor tenha bastante cautela, cuidado e bom senso para
encaminhar o vocacionado para o Seminário.
Pra mim o
chamado precisa passar em três testes. Primeiro é a experiência subjetiva. É
aquilo que ninguém explica e às vezes o próprio também não sabe explicar. É
algo sobrenatural. É de Deus. Mas só isso não basta. Segundo, é preciso que
tenha o testemunho da Igreja. A vocação se dá no seio da Igreja. No lugar em
que ele está servindo ao Senhor. A Igreja precisa reconhecer a vocação do
mesmo. Terceiro, entendo que ele tem que passar pelo teste bíblico. É preciso que
o futuro pastor tenha as qualidades e requisitos prescritos pelas Escrituras Sagradas.
Se ainda não tem de maneira inteira, mas é perceptível nele a presença
dessas qualidades, ou como fruto já amadurecido ou então como semente a ser
desenvolvida. Precisamos ter muito cuidado hoje porque a facilidade de
encontrar Seminários e o marketing às vezes facilita que um aventureiro adentre
nessa carreira.
4.
Entendo colegas, que quando pensamos como Igreja ou região no despertamento de
vocações e de Instituições, precisamos criar oportunidades para os chamados. É
Deus quem chama. Ele dirige, mas precisamos entender que vocação e plantação de
Igrejas e criação de ministérios andam de mãos dadas. Hoje somos em nossa
reunião aproximadamente 120 pastores, mais algumas dezenas de seminaristas.
Precisamos expandir, crescer e desenvolver. Seja com plantação de Igreja, seja
com novos ministérios agregados à Igreja.
5. O candidato
depois de passar pelo Seminário precisa de mais preparo ainda. Alguns
dizem. Já fez o Seminário, não precisa nem de Concílio! Engano. Por isso que
não vivemos crise de vocação, mas vivemos crise de preparo e coerência no
ministério. Alguns entram pela janela!
Como
pastor tenho usado os seguintes critérios e orientações para consagração ao
Ministério. Terminado o curso o candidato fica um período, no mínimo um ano,
trabalhando. É preciso que apague um pouco toda empolgação do término do curso.
É o teste comprobatório quando termina o curso. É preciso trabalhar a
ansiedade. A dependência de Deus. Depois, se for o caso, o candidato prepara um
material intitulado: Minhas Convicções Teológicas. Depois então é encaminhado à
ORDEM. Nunca atropelei o processo de encaminhar para ORDEM ou Comissão.
Depois então de tudo aprovado pelos colegas pastores é que levo a Igreja
a convocar o Concílio. A data é marcada por mim. Não é pela Igreja que o
candidato é membro ou pela Igreja que convida, enfim. Sou do tempo em que a
convocação era feita por cartas, publicação no Escudeiro e no Jornal Batista.
Ainda procedo dessa forma. Toda denominação fica ciente. Todos os pastores do
Brasil são oficialmente convocados. Não deixo envelopes e nem carta nas mãos do
candidato. Não é de competência de ele fazer isso.
O
candidato não pode por hipótese alguma ter pendência em sua vida cristã. Como
foi o relacionamento dele com seus pastores? Participou de algum processo
de saída do pastor de forma traumática? Participou de algum "movimento"
para tirar pastor? Era contra o ministério? Era contra o sustento ministerial?
Enfim, tudo isso precisa ficar bem esclarecido e resolvido.
Lamento
profundamente que hoje, nesse universo enorme em que vivemos, de Igrejas,
vocacionados, etc. ao invés de sermos mais zelosos, tem havido por parte de
alguns, “frouxidão”. Lamento! Há casos de candidato receber orientações da
comissão de acompanhamento e outros informações e se rebelar e ir para
outro campo para ser consagrado. E infelizmente o é. Depois retorna para o
campo em que não acatou as sugestões e orientações procurando encontrar apoio e
oportunidade. Lamentável. Não há reparo no erro. Não há um entendimento. Temos
que viver com essas IDIOSSINCRASIAS religiosas. Infelizmente há
esquizofrenia denominacional alimentada por esquizofrenia de candidatos que são
“pseudo chamados”.
6. Os
pastores que dignamente são consagrados. Que entram pela porta e não pela
janela, esses merecem todo nosso respeito e consideração. Os pastores precisam
ser trados com respeito e dignidade. Não deve haver lugar para um tratamento
desonroso aos colegas. Não importa a idade de vida e não importa o tempo de
ministério. É preciso que haja sempre o respeito pelo ministério que o outro
realiza. Deus nos deu ministérios diferentes, visão diferente. O estilo de
ministério, a maneira de cumprir a missão e a tarefa de cada um pode ser
diferente. A natureza do ministério não é diferente, mas a maneira de
desenvolver é. Não podemos ver o ministério pastoral sob o aspecto da concorrência.
Alguns às vezes acham que estamos no ministério para concorrer com o outro em
isso não é verdade. A importância do pastor e do ministério é igual.
Continuemos
zelosos no cumprimento de nossa tarefa e trabalhemos com afinco para deixarmos
um bom legado de ensino àqueles que nos sucederão para que os de hoje e os do
futuro sejam pastores de fato e de verdade e não apenas de título.
Abraço a
todos.
Pr.
Hudson Galdino
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