IGNORANTES NA HISTÓRIA
Hudson Galdino da Silva
Ignorantes na história! Possuem conhecimento,
acumulam informações, são intitulados de mestres e doutores, possuem títulos.
Realmente sabem sobre história como ninguém. Alguns se dizem educadores! Por
que ignorantes na história? Porque apesar de serem senhores conhecedores da
história são ignorantes na história. Conhecem história, mas não fazem história.
Conhecem história, mas distorcem a aplicabilidade da história. Conhecem
história, mas parecem que não sabem para que serve a história. O pior ignorante
é aquele que não sabe o que fazer com o que sabe, ou o faz de forma equivocada
e falha. Quem são os ignorantes na história?
São aqueles que não aprenderam que a história é
didática. A história ensina. A
história serve para corrigir erros cometidos no passado. Como por exemplo:
Aqueles que, antes perseguiam negros e escravos, hoje os recebem com amor.
Aqueles que antes aprisionavam mulheres de seus direitos sociais hoje são
ardorosos defensores e lutam pelos seus direitos. A história está para mostrar
e apontar os erros. Ignorar é muito mais do que ingenuidade, é loucura, é
perversão do conhecimento, é miséria do saber, mas não saber que a história
corrige, é loucura dupla.
São aqueles que não aprenderam que a história é
triunfalista. Sim, geralmente a
história é escrita, feita e propagada pelos vencedores. O que fica, o que
narra, o que prevalece são as informações dos que prevaleceram, É árdua a
tarefa de buscar a história não contada para refutar a história dos
triunfalistas, ou dar um direcionamento mais equilibrado da mesma.
São aqueles que não aprendam que a história é
interpretativa. Não existe história
isenta do personalismo de quem a escreve. Não existe história sem os traços dos
que vêem e analisam os documentos. Não existem historiadores puros. Não existem
historiadores sem influência de seu passado e de seu comportamento. Fruto do
meio. Não existem historiadores sem sua carga emocional, psicológica e até
cultural. A história é escrita e interpretativa.
São aqueles que não aprendem que a história não é
única. São os idólatras da história.
São os que fazem uma leitura do conhecimento sem uma visão do todo. Ler e
analisar textos antigos envolve uma hermenêutica sadia e não tendenciosa. Exige
uma exegese contextualizada e não uma eisegese infantil. A história não é
única, ela engloba um panorama cultural, filosófico, teológico, sociológico,
enfim, deve ser vista de forma holística e integral.
São aqueles que não aprendem que a história é “aterapêutica”. São aqueles que usam da história, seus pseudos-conhecimentos
para extravasarem seus traumas e frustrações. Usam os fatos da história,
acrescentam e interpretam de forma que seus traumas infantis sejam focados de
forma ineficazes. São aqueles que revelam que precisam de um bom acompanhamento
para cura de seus traumas emocionais porque se não fizerem estarão
ultrapassando as barreiras do relacionamento sadio e construtivo. São
geralmente pessoas rudes, cruéis, ingratas, sem afeto natural e que geralmente
estão causadores de danos em seus queridos mais próximos. São rudes para com
seus filhos impondo-lhes muitas vezes um padrão de dureza, cobram resultados,
mas não lhes oferecem o essencial da vida que é o afeto.
Chega dos que sabendo história se tornam ignorantes
na história.
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