quarta-feira, fevereiro 27, 2013

IGNORANTES NA HISTÓRIA



IGNORANTES NA HISTÓRIA
Hudson Galdino da Silva

Ignorantes na história! Possuem conhecimento, acumulam informações, são intitulados de mestres e doutores, possuem títulos. Realmente sabem sobre história como ninguém. Alguns se dizem educadores! Por que ignorantes na história? Porque apesar de serem senhores conhecedores da história são ignorantes na história. Conhecem história, mas não fazem história. Conhecem história, mas distorcem a aplicabilidade da história. Conhecem história, mas parecem que não sabem para que serve a história. O pior ignorante é aquele que não sabe o que fazer com o que sabe, ou o faz de forma equivocada e falha. Quem são os ignorantes na história?

São aqueles que não aprenderam que a história é didática. A história ensina. A história serve para corrigir erros cometidos no passado. Como por exemplo: Aqueles que, antes perseguiam negros e escravos, hoje os recebem com amor. Aqueles que antes aprisionavam mulheres de seus direitos sociais hoje são ardorosos defensores e lutam pelos seus direitos. A história está para mostrar e apontar os erros. Ignorar é muito mais do que ingenuidade, é loucura, é perversão do conhecimento, é miséria do saber, mas não saber que a história corrige, é loucura dupla.

São aqueles que não aprenderam que a história é triunfalista. Sim, geralmente a história é escrita, feita e propagada pelos vencedores. O que fica, o que narra, o que prevalece são as informações dos que prevaleceram, É árdua a tarefa de buscar a história não contada para refutar a história dos triunfalistas, ou dar um direcionamento mais equilibrado da mesma.

São aqueles que não aprendam que a história é interpretativa. Não existe história isenta do personalismo de quem a escreve. Não existe história sem os traços dos que vêem e analisam os documentos. Não existem historiadores puros. Não existem historiadores sem influência de seu passado e de seu comportamento. Fruto do meio. Não existem historiadores sem sua carga emocional, psicológica e até cultural. A história é escrita e interpretativa.
São aqueles que não aprendem que a história não é única. São os idólatras da história. São os que fazem uma leitura do conhecimento sem uma visão do todo. Ler e analisar textos antigos envolve uma hermenêutica sadia e não tendenciosa. Exige uma exegese contextualizada e não uma eisegese infantil. A história não é única, ela engloba um panorama cultural, filosófico, teológico, sociológico, enfim, deve ser vista de forma holística e integral.

São aqueles que não aprendem que a história é “aterapêutica”. São aqueles que usam da história, seus pseudos-conhecimentos para extravasarem seus traumas e frustrações. Usam os fatos da história, acrescentam e interpretam de forma que seus traumas infantis sejam focados de forma ineficazes. São aqueles que revelam que precisam de um bom acompanhamento para cura de seus traumas emocionais porque se não fizerem estarão ultrapassando as barreiras do relacionamento sadio e construtivo. São geralmente pessoas rudes, cruéis, ingratas, sem afeto natural e que geralmente estão causadores de danos em seus queridos mais próximos. São rudes para com seus filhos impondo-lhes muitas vezes um padrão de dureza, cobram resultados, mas não lhes oferecem o essencial da vida que é o afeto.
Chega dos que sabendo história se tornam ignorantes na história.

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